BebĂȘs preferem "conversar" com outros bebĂȘs em relação a adultos
Poucos sons sĂŁo mais deliciosos do que a voz doce de um bebĂȘ. Mas os tons de bebĂȘ nĂŁo sĂł nos enredam. Novas pesquisas sugerem que outros bebĂȘs gostam de ouvi-los tambĂ©m, preferindo-os ao nosso prĂłprio arrulhar.
Esta pesquisa amplia um corpo Ășnico de experimentos liderados por Linda Polka, professora da Universidade McGill, em Montreal, mostrando que "a fala infantil parece capturar e manter a atenção do bebĂȘ, Ă s vezes levando a emoçÔes positivas".
O novo estudo em bebĂȘs de sete meses, apresentado esta semana no Encontro da Sociedade AcĂșstica da AmĂ©rica em Minneapolis, descobriu que os rostos dos bebĂȘs se iluminam enquanto passam mais tempo ouvindo sons de vogais de bebĂȘs do que ruĂdos idĂȘnticos de uma mulher. adulto.
Polka, especialista em percepção de fala infantil, acredita que ouvir outros bebĂȘs pode ajudar no desenvolvimento da linguagem. Ela diz que "pode ââmotivar as crianças a serem vocalmente ativas e facilitar a avaliação de suas prĂłprias vocalizaçÔes".
Entre quatro e seis meses de idade, os bebĂȘs começam a produzir sons simples como "er" com a boca em posição neutra. Eles entĂŁo aprendem a produzir vogais mais distintas, como "ee", "oo" e "ah", envolvendo a coordenação muscular. Isto leva eventualmente a balbuciar, quando eles começam a produzir sĂlabas como "ba ba ba".
Para desenvolver a fala, os bebĂȘs devem aprender a monitorar e avaliar seus prĂłprios sons. Polka explica: "Ao aprender a falar, eles tĂȘm que ouvir sua prĂłpria saĂda e determinar se ela combina com outros sons que eles ouviram em seu ambiente".
Mas muito pouco se sabe sobre como eles percebem outros sons do bebĂȘ com propriedades acĂșsticas semelhantes Ă s suas.
Segundo Polka, "a voz de uma criança Ă© Ășnica para a criança". Como seus tratos vocais sĂŁo pequenos e seus corpos sĂŁo pequenos, as vibraçÔes que sua voz cria ressoam em um espaço muito pequeno. Os adultos nĂŁo podem reproduzir isso.
Colaborando com Lucie MĂ©nard, professora de lingĂŒĂstica e especialista em produção de discurso na Universidade de Quebec, em Montreal, a equipe de Polka desenvolveu um sintetizador que pode criar sons de vogais simulando um bebĂȘ e uma fĂȘmea adulta.
Nos experimentos, os bebĂȘs recebem o controle de quanto tempo os sons duram - quando eles olham para uma tela quadriculada, o som começa e, se eles olharem para outro lado por dois segundos, ele pĂĄra.
Polka diz que "os bebĂȘs descobrem rapidamente que, quando olham para a tela, estĂŁo ligando o som e, quando olham para o lado, desligam-no".
Experimentos iniciais em bebĂȘs de quatro a cinco meses de idade mostraram que eles preferiam sons do bebĂȘ em relação a barulhos adultos em tons mais baixos, mas igualmente gostavam de sons de bebĂȘs e adultos em tons altos. Polka acha que Ă© porque eles nĂŁo tinham muita experiĂȘncia em ouvir esses sons - eles ainda nĂŁo estavam produzindo.
No entanto, no novo experimento, bebĂȘs mais velhos que sĂŁo mais ativamente ativos mostraram "uma preferĂȘncia muito distinta para aquelas freqĂŒĂȘncias de alta ressonĂąncia da voz infantil".
"Isso nos sugere que eles estĂŁo aprendendo sobre suas prĂłprias habilidades vocais e reconhecendo que esse som Ă© algo assim", diz Polka. E porque sĂŁo atraĂdos por isso, isso poderia "chamar a atenção deles de maneiras que os ajudem a processar o discurso".
Polka contempla que "talvez haja algo em que bebĂȘs estejam juntos e que estamos perdendo - pode haver alguns benefĂcios para o contato entre colegas"; que ouvir outros bebĂȘs pode "promovĂȘ-los a explorar e brincar com suas habilidades de fala".
Os pais devem continuar arrulhando? "Acho que falar com seu bebĂȘ Ă© importante", diz Polka. "Eu estou sempre um pouco surpreso que as pessoas me perguntem se vocĂȘ deveria conversar com seu bebĂȘ neste tipo de conversa interativa com bebĂȘs.
"Eu acho que o principal Ă© ser sensĂvel ao modo como seu bebĂȘ responde. Se eles gostarem, entĂŁo vocĂȘ deve fazĂȘ-lo."