Cesarianas dobraram desde 2000, provocando pedidos de mudança

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"Embora haja consenso quase universal de que o uso da cesariana aumentou além do nível razoável de necessidade em muitos países, intervenções eficazes para otimizar o uso provaram ser ilusórias", disse Ana Pilar Betran, principal autora e pesquisadora da OMS.

Um dos estudos descobriu que o uso da cesariana aumentou de 12% de 16 milhões de nascimentos em 2000 para 21% de 29, 7 milhões de nascimentos em 2015.

Nesse período, a taxa aumentou mais rapidamente no sul da Ásia, onde passou de 7, 2% para 18, 1%. Mas permaneceu baixo em toda a África subsaariana, pairando em 4 por cento.

A taxa permaneceu extremamente alta no Brasil, onde em 2009 atingiu 50% e agora aumentou para 56%.

Os pesquisadores disseram no Brasil, particularmente altos níveis de cesarianas foram vistos em mulheres que eram altamente educadas, em comparação com mulheres menos instruídas.

"O uso da cesariana é um indicador do serviço de saúde que tem uma das maiores disparidades entre ricos e pobres", escreveram eles.

"Em vários países, a proporção de nascimentos por cesariana em mulheres pobres e vulneráveis ​​é próxima de 0%, o que implica que algumas mulheres morrem porque não podem ter acesso a cirurgias que salvam vidas durante o parto".

A cesariana pode melhorar as chances de sobrevivência e diminuir os riscos de incontinência e prolapso, mas especialistas dizem que não há benefícios nos casos em que não é medicamente necessário.

O segundo estudo concluiu que o risco de morte materna e incapacidade era maior após uma cesariana do que o parto vaginal.

Os autores disseram que as cesarianas tiveram uma recuperação mais complicada e potencialmente levaram à formação de cicatrizes no útero, que tem sido associado a sangramento, gravidez ectópica e natimorto.

Eles acrescentaram que evidências emergentes mostraram que os bebês da cesariana tinham diferentes exposições hormonais e bacterianas durante o nascimento, potencialmente impactando sua saúde.

"As evidências estão começando a sugerir que a falta de exposição a isso pode causar mudanças de longo prazo na fisiologia do bebê, particularmente em torno do intestino e do microbioma intestinal", disse a professora Caroline Homer, da UTS.

"Parece haver problemas em torno da asma e da obesidade, mas precisamos de mais pesquisas."

O terceiro estudo concentrou-se no combate ao uso excessivo da cesariana, com os autores identificando as principais razões pelas quais algumas mulheres optaram pela cirurgia, como danos no assoalho pélvico e incontinência urinária.

Eles recomendaram novas pesquisas sobre treinamento de relaxamento, oficinas de treinamento de partos e reuniões para promover relacionamentos de apoio com os profissionais de saúde.

Em um novo documento publicado na The Lancet, a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia pediu à classe médica que unisse forças com órgãos governamentais e a indústria de seguros de saúde para reverter a tendência "alarmante".

"As taxas de entrega para os médicos para realizar as cesarianas e participar do parto vaginal devem ser as mesmas [e] as mulheres devem ser informadas adequadamente sobre os benefícios e riscos", afirmou o estudo.

"A situação em países de renda muito baixa requer atenção específica, considerando que o acesso à cesariana ainda é insuficiente nas áreas rurais".

Mas o professor Hans Peter Dietz, professor de obstetrícia e ginecologia da Sydney Medical School Nepean, não apoiou as ligações, dizendo que os governos não devem impor metas e moldar a conversa entre uma futura mãe e seu médico.

"Cesarianas estão subindo em países onde a riqueza está aumentando, então não é de se estranhar que a saúde deles esteja melhorando, que os médicos tenham mais habilidades técnicas e possam fazer mais cesarianas e que as mulheres queiram uma cesárea", disse ele. "Eles são todas boas coisas."

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