Ă a mĂŁe que mantĂ©m a conversa do bebĂȘ
Entre o nascimento e os sete meses de idade, a mĂ©dia de bebĂȘs nascidos em uma casa com dois pais ou mĂŁes ouvem quase trĂȘs vezes mais perguntas e respostas de uma mulher - geralmente a mĂŁe - do que de um homem, novo pesquisa mostra.
Praticamente nenhum fator isolado - nem o nĂvel de escolaridade de uma mĂŁe nem os recursos financeiros de uma famĂlia - influencia as habilidades linguĂsticas e o QI de uma criança com mais poder do que a quantidade de fala dos pais que um bebĂȘ ouve. Pesquisadores pediĂĄtricos do Hospital de Mulheres e BebĂȘs de Rhode Island, nos Estados Unidos, procuraram descobrir de qual pai esse discurso vem e com que frequĂȘncia - e para quais crianças - os pais o dispensam.
O que eles descobriram Ă© que, mesmo nos dias em que mĂŁe e pai estavam com um bebĂȘ, a mĂŁe engajava-se na maior parte das vocalizaçÔes dirigidas Ă criança. Os bebĂȘs retornaram o favor da conversa respondendo vocalmente Ă s aberturas vocais de suas mĂŁes consistentemente com mais frequĂȘncia do que Ă fala de seus pais.
E as mĂŁes, por sua vez, eram mais receptivas Ă s aberturas de conversa de suas filhas do que Ă s de seus bebĂȘs.
Esse padrĂŁo preferencial mal era discernĂvel quando os bebĂȘs tinham cerca de sete meses de idade. Mas a resposta inicial mais consistente de uma mĂŁe a uma menina pode ajudar a explicar por que, em mĂ©dia, as meninas começam a falar mais cedo do que os meninos, desenvolvem vocabulĂĄrios maiores e maior complexidade gramatical do que os meninos, leem antes e soletram melhor. Outra possibilidade: a maior capacidade de resposta das meninas aos estĂmulos vocais desde o inĂcio estimula a atenção verbal mais contĂnua das mĂŁes.
Como os bebĂȘs se aproximavam dos sete meses de idade, no entanto, suas respostas Ă fala dos pais aumentaram.
As novas descobertas, publicadas esta semana na revista americana Pediatrics, surgiram de um estudo que registrou e analisou blocos de 16 horas de interação vocal entre bebĂȘs e seus pais, a partir dos primeiros dias dos bebĂȘs no hospital. Duas vezes mais nos sete meses seguintes - nos dias em que mĂŁe e pai estavam em casa - os pesquisadores pediram que os pais ligassem um dispositivo de gravação que captasse qualquer troca vocal entre bebĂȘ e pai.
Os pesquisadores nĂŁo contaram que chorar (ou arrotos ou outros "sons vegetativos") como pistas vocais.
Muito antes de a linguagem discernĂvel emergir, pensa-se que o dar e receber de vocalizaçÔes entre uma criança e seu cuidador serve a vĂĄrias funçÔes-chave: constrĂłi o sentido de eficĂĄcia de um bebĂȘ ensinando que chamar farĂĄ alguĂ©m responder. E introduz os bebĂȘs Ă s convençÔes da fala e da conversação humanas, preparando o palco para uma interação social suave.
Quando as interaçÔes verbais da mĂŁe sĂŁo mĂnimas - como acontece frequentemente quando a mĂŁe estĂĄ deprimida - os bebĂȘs podem sofrer consequĂȘncias duradouras.
Um estudo de referĂȘncia publicado em 1995 pelos pesquisadores Betty Hart e Todd R. Risley descobriu que, aos 3 anos de idade, crianças de famĂlias que recebiam pagamentos assistenciais ouviam 30 milhĂ”es de palavras a menos aos 4 anos do que as crianças que cresciam profissionalmente. famĂlias. AlĂ©m disso, as mensagens de seus pais eram geralmente mais desencorajadoras e negativas do que as dos pais mais abastados.
- MCT