Novo exame pode prever o autismo antes do primeiro aniversĂĄrio do bebĂȘ
Uma equipe de pesquisadores dos EUA diz que pode ser possĂvel usar imagens de ressonĂąncia magnĂ©tica (MRIs) para prever quais bebĂȘs desenvolverĂŁo autismo. A nova pesquisa Ă© considerada um grande avanço porque os exames podem prever o autismo antes do primeiro aniversĂĄrio de uma criança.
No momento, o mais cedo que uma criança pode ser diagnosticada Ă© a idade dois, que Ă© quando surgem comportamentos caracterĂsticos e problemas de comunicação, como evitar contato visual.
Falando ao Huffington Post, o Dr. Joseph Piven, da Universidade da Carolina do Norte, disse que os pesquisadores tĂȘm lutado para prever o autismo antes dos dois anos de idade.
"Nós chegamos a um muro por volta dos 2 anos de idade. Antes disso, os marcadores comportamentais não parecem ajudar na detecção de crianças que acabam com autismo", explicou.
No estudo, que foi publicado na revista Nature, pesquisadores de centros de autismo em todo o paĂs fizeram exames de ressonĂąncia magnĂ©tica em cĂ©rebros de bebĂȘs quando tinham 6 meses de idade, 1 ano de idade e depois novamente quando completavam 2 anos.
O estudo incluiu 160 bebĂȘs que foram considerados com alto risco de desenvolver autismo porque tinham um irmĂŁo mais velho com o distĂșrbio. Os pesquisadores tambĂ©m analisaram os cĂ©rebros de 40 bebĂȘs considerados de baixo risco.
Os exames de ressonĂąncia magnĂ©tica mostraram que os bebĂȘs que desenvolveram autismo experimentaram um crescimento mais rĂĄpido da ĂĄrea da superfĂcie do cĂ©rebro (as dobras da superfĂcie do cĂ©rebro) do que os bebĂȘs que nĂŁo desenvolveram autismo.
Além disso, os pesquisadores também descobriram que entre a idade de 1 e 2 anos, a taxa de crescimento do volume cerebral que eles experimentaram também foi altamente acelerada.
Os pesquisadores acreditam que o "supercrescimento" do volume cerebral estå ligado ao surgimento de sintomas sociais relacionados ao autismo no segundo ano das crianças. Isso pode incluir atraso de fala, linguagem e comportamento, como não ser capaz de participar de dramatizaçÔes ou de fingir jogos.
Os cientistas criaram um algoritmo de computador usando todos os dados sobre mudanças cerebrais. Eles foram capazes de identificar corretamente 80 por cento dos bebĂȘs de alto risco usando o algoritmo.
"Nós vemos que é, particularmente nesta amostra de alto risco familiar, uma possibilidade muito real de detecção pré-sintomåtica", disse Piven.
"Então, detectar o autismo antes que ele realmente apareça. Antes da consolidação dos sintomas e déficits cerebrais e no momento em que o cérebro é mais maleåvel, dando-nos a maior chance de ter um impacto com intervenção precoce."
As novas descobertas sĂŁo particularmente promissoras para as famĂlias de crianças com alto risco para o transtorno.
"HĂĄ uma sequĂȘncia de desenvolvimento", observa Piven, "e aumenta a possibilidade de que possamos interromper essa sequĂȘncia logo no inĂcio."